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O Diário de Alice

Conto Recomendado Para Maiores de 18 Anos.

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Querido diário te devo desculpas, você que foi o meu amigo inseparável durante a minha adolescência e início da minha fase adulta, ficou esquecido nos meus guardados por todos esses anos, mas hoje remexendo as caixas para arrumação da nova casa te encontrei e vou te contar o que me aconteceu nos últimos cinco anos. Às vezes a vida traça caminhos que não queremos seguir e não entendemos como entramos nele, nem como sair. Tudo começou em dois mil e cinco, quando consegui trabalho numa multinacional. Empresa muito grande, consolidada no mercado há muito tempo, que agora estava expandindo seus negócios e diversificando também. Eu trabalhava na área de construção civil. Comecei como auxiliar de escritório, um amigo da família que era coordenador de equipe na empresa, levou meu currículo e com ajuda dele consegui o emprego. Meu trabalho era tranquilo, só quando havia reuniões com os chefões é que o movimento era muito grande, parecia até festa e isso acontecia de três em três meses. Os chefões vinham de São Paulo, Rio de Janeiro e Nova York para essa reunião. Nunca entendi por que eles faziam essas reuniões na empresa que trabalhava, já que esta ficava numa cidade pequena e sem muitos atrativos, mas quando eles vinham, os restaurantes e hotéis lucravam bem. Eram homens bem vestidos, educados, que davam boas gorjetas por onde 22 passavam e a maiorias deles traziam suas secretárias. Já estava na empresa havia um ano quando a secretária do meu chefe me pediu para acompanhar um dos chefões a um dos condomínios que já estava pronto, pois a secretária dele não pôde vir. Gostei da ideia, ir a um condomínio daquele, que eu só via pela TV, ia ser um sonho. Peguei o material que ela me deu e segui aquele homem moreno, de mais ou menos de quarenta anos, de cabelos grisalhos, sério, muito sério. Entramos no elevador, fiquei um pouco atrás dele. Engenheiro Mazzonill, ótimo profissional, respeitado e admirado por todos os que o conheciam. Não se comentava muita coisa sobre sua vida, eu sabia que ele era casado com a filha de um dos sócios da empresa e que não tinha filhos, era um homem muito discreto e todos que o conheciam diziam ser ele correto e justo. Durante o trajeto o Dr. Mazzonill atendeu muitas ligações. Algumas coisas ele me pediu para anotar e pediu para ligar para algumas pessoas. Chegamos ao condomínio e era lindo, todo arborizado, com playground, piscina, sauna, tinha um mini shopping, e todas as lojas já tinham sido alugadas. Além do Dr. Mazzonill e eu, havia mais dois representantes da empresa e suas secretárias. Dividimo-nos e fomos fazer nosso trabalho, os outros depois de algumas horas terminaram e nós por termos mais coisas para conferir demoramos um pouco mais. Já passava das dezenove horas quando terminamos. O Dr. Mazzonill havia ligado antes para empresa dizendo que quando terminasse me levaria para casa. Tudo aconteceu muito rápido, quando passávamos por uma construção baixa, que parecia ser usado como depósito, 23 fui empurrada para dentro dele. O ambiente estava escuro, senti minha boca ser invadida por uma língua quente e ser deitada em algo macio no chão, fiquei tão perplexa que paralisei, o meu chefe penetrou meu íntimo me fazendo gemer de prazer. E isso foi um choque muito grande, pois sem perceber correspondi ao desejo dele. Não sei quanto tempo ficamos ali, mas quando fomos embora não conseguia encará-lo. Como ele pôde fazer aquilo, a pessoa que eu admirava tanto. Antes de chegarmos ao carro ele me tranquilizou. -Não se preocupe, eu usei camisinha. No carro me controlei muito para não chorar, mas ao chegar em casa, meus pais não estavam, fui para o banheiro e com aquela água quente deslizando sobre o meu corpo, a revolta de ser usada por um dos chefões, explodiu. As lágrimas se misturavam com a água quente do chuveiro, lavando meu corpo, limpando-me do desejo daquele homem que antes eu admirava. Já era tarde quando meus pais chegaram, eles foram ao aniversário de uma amiga da família. Minha mãe foi ao meu quarto, mas achou que eu estava dormindo e não quis me acordar. Porém eu não conseguia dormir. Toda hora me vinha à mente aquela cena, ser tocada nas partes mais íntimas do meu corpo pelo chefão. Não poderia denunciá-lo, pois como dissera usou camisinha, não tinha vestígio dele no meu corpo. Por mais incrível que possa parecer, ele foi carinhoso, me fez estremecer de prazer ao me tocar no lugar certo. Ele não me agrediu fisicamente, mas me arrasou moralmente. Já era muito tarde quando as emoções contraditórias e o cansaço me venceram e dormi. 24 Naquele dia na empresa teve muito movimento, sabia que ele estava lá, mas não o vi. Aquele dia acabou e não soube dele, aliás, não tive notícias dele por meses. Três meses se passaram e chegou o dia da reunião, mas ele não veio. Porém tínhamos novidades, a secretária de um dos chefões iria sair de licença maternidade e depois não voltaria mais ao trabalho, uma das colegas foi promovida e iria para o Rio de Janeiro assumir o lugar dela. Cláudia, a secretária do meu chefe me contou isso toda feliz e disse mais: -E você Alice foi indicada para o cargo dela. Você será secretária do Dr. Mário Andrada. E aí gostou da promoção? O Dr. Mazzonill te elogiou muito e te indicou para o cargo. Sinceramente eu não esperava por isso. Talvez a consciência dele tivesse pesado. Mas tudo bem vou aceitar a promoção e seguir em frente. Uma semana depois do dia da reunião, ele apareceu. A empresa estava construindo vários condomínios e ele veio verificar um deles e fui indicada para acompanha-lo. Ele entendia de tudo, quando queria que o funcionário fizesse algo, ele fazia para mostrar como deveria ser feito. Ele era muito competente, porém, simples e em algumas situações, até humilde. A manhã transcorreu tranquila, saímos da obra e almoçamos em um restaurante perto da empresa. Na parte da tarde não o vi, fiz meu trabalho e me esqueci dele. Eu gosto muito de trabalhar, mas fim de expediente é tudo de bom. Estava saindo quando meu ônibus passou, teria que esperar uns vinte ou trinta minutos até o próximo ônibus passar, então resolvi ir para outro ponto que tinha mais linhas de ônibus para o meu bairro. Ia caminhando pensativa, quando um carro parou ao 25 meu lado, a janela se abriu e o chefão disse: -Entra! Pensei em não atendê-lo, mas a forma incisiva como ele repetiu a frase, achei melhor obedecer, afinal era só uma carona. Disse que ele poderia me deixar em qualquer ponto de ônibus, que isso já me adiantaria. Ele concordou, mas não parou em nenhum aí eu comecei a me preocupar. Saímos do centro da cidade e entramos na estrada principal que levava a outros bairros. Já estava ficando apreensiva quando ele entrou em outra estrada bem menor e no final dela havia uma placa dizendo, “Propriedade Particular, não se aproxime”. Era uma chácara e a casa que ficava a alguns metros da entrada principal, era muito bonita. Era um chalé, com revestimento externo em pedra e madeira. Eu disse que não iria sair do carro, porém ele disse que precisava falar com o caseiro e depois me levaria para casa. Confiei nele e sai. Quando chegamos à varanda fomos recebidos por dois cachorros enormes, não sei a raça deles, mas gostavam muito do dono, pois pulavam sobre ele, lambiam suas mãos, fazendo a maior festa, quando se aproximaram de mim fiquei assustada, eles me cheiraram e saíram correndo. Entramos na casa, a decoração era rústica, simples e de bom gosto. Ele me serviu chocolate quente, era inverno e estava muito frio, e saiu para falar com o caseiro. O chalé não era muito grande, todavia era aconchegante e confortável. Meia hora depois ele entrou, a temperatura havia abaixado lá fora, então ele se aproximou da lareira para

CONTINUA ...


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