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A Festa


O Aranha foi convidado para um pagode na casa de um amigo, que ele não via á alguns anos, segundo seu amigo o rega-bofes seria dos grandes e o melhor, tudo 0800, boca livre, muita cerveja gelada, mas tinha só um problema, devido urna crise no abastecimento de carne, não teria churrasco e sim cabrito assado e o Aranha pensou: Quem se importa? E o grande dia chegou, o Aranha que não era bobo, convidou um amigo que tinha carro para a festança em Duque de Caxias. Ao chegar no local viu que seu amigo não havia contado estorinha, haviam vários latões de duzentos litros cheios de gelo e de cerveja, espalhados por um quintal grande e arborizado. E um grupo de pagode animava a festa. Segundo o dono da festa, ele estava festejando seu regresso ao Brasil, depois de alguns anos nos Estados Unidos trabalhando e pelo visto havia trabalhado e ganho muita grana, pois urna festa daquela não era barato para se fazer. Mas enfim de graça, até ônibus errado serve. Quem estava preocupado com o motivo? O que importava era o brinde e lá se foi o Aranha pagodear. Muitas cervejas depois de sua chegada, o pagode parou, o dono da festa pegou o microfone e falou ao povo: -Aí galera, os cabritos chegaram. Quatro caras com uniforme de padeiro, traziam as bandejas com os bichos bem assados, os dois primeiros foram rapidamente devorados, mas vieram mais três e o Aranha metido a conhecedor de carnes, pegou a faca e cortou um pedaço do traseiro bem acima da coxa e foi descendo tirando um belo naco de carne. E a noite foi caindo e a cerveja rolando. Por algum motivo o dono da festa e sua esposa começaram a discutir e a coisa ficou feia, os irmãos dela afastaram o dono da festa, mas a mulher estava furiosa, ela pegou o microfone do pagodeiro e despejou: -Este sem vergonha do meu marido, nunca esteve nos Estados Unidos. Ele estava em cana, saiu esta semana e já roubou um caminhão de cerveja, que é a que vocês estão bebendo e os cabritos não são cabritos, são cachorros. Meus amigos a reação do povo foi imediata, uns vomitaram, outros que como o amigo do Aranha,que foram convidados por convidados, queriam bater nas pessoas que os convidaram. O Aranha saiu de fininho, mas não encontrou o amigo que o levara de carro, como a confusão só aumentava ele decidiu ir embora. Mas como sempre sua grana tava curta, ele teria que pegar um ônibus até o centro de Caxias para tentar embarcar no último trem para o Rio de Janeiro. Quando o Aranha chegou na rua principal, ouviu o barulho do motor de um ônibus, ele leu o itinerário e disse: -Jesus me ama! Lá estava escrito Copacabana e qualquer ônibus que saísse de Caxias para Copacabana, tinha que passar pela Avenida Brasil, ele estava salvo. Aranha entrou no ônibus pagou sua passagem, sentou-se e decidiu por um bom cochilo, pois a viagem duraria por baixo uma hora e meia, isso se o motorista não fosse roda presa. Quando o cochilo estava ficando bom, o cobrador o cutucou e falou: -Ponto final amigo! -Mas já? Aranha olhou o local e perguntou ao cobrador: -Ô amigo que lugar de Copacabana é este aqui? -A praça! -Mas que praça amigão? Perguntou tentando se localizar. Foi ai que o motorista entrou na conversa. -O Sr. Pensa que está onde? -Bem, eu li no letreiro que este ônibus ia para Copacabana, aquela, princesinha do mar, calçadão, Avenida Atlântida, generais da reserva e tudo mais. Os dois começaram a rir e o Aranha quis saber. -Qual é a graça meus camaradas? -Esta Copacabana aqui é acima de Gramacho, você tá á mais de cem quilômetros da Copacabana de verdade amigo. -E agora parceiro? Eu não posso ficar nessa quebrada aqui não, me dá um força. O motorista foi legal, disse pro Aranha: - Eu tô recolhendo, a garagem é em Cordovil. O que eu posso fazer por você é te deixar próximo a estação ferroviária, você pula o muro e espera o trem de 04:45hs, porque hoje você não chega mais no Rio de Janeiro. Pobre Aranha, bebeu cerveja roubada, comeu carne de cachorro, pegou ônibus errado e acabou dormindo num banco de estação.


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